sexta-feira, 25 de julho de 2008

Se ganhasse a mega sena

Eu teria personal yoga, pilates, body balance, hidro capoeira, dança e circo que me proporcionacem um condicionamento lúdico.
Eu fundaria uma produtora cultural em que trabalharíamos descalços, com os cachorros de cada um em volta, com grama no fundo para reconectar com a natureza, sala de descompressão para gritos, com jogos, máquina de Nescafé, pão de queijo, Ferrero Rocher e acompanhamento para colaboradores com sobrepeso, computadores que não dão pau, mesas personalizáveis, zero regras corporativas sem pé nem cabeça, só clientes culturais, sociais, zen, de saúde e educação com conteúdo, levaria um palco itinerante com comédia e drama para lugares onde nunca passou nem sombra de teatro, estudaria fotografia, leis de incentivo, espanhol, italiano, campos energéticos, teatro e design.
Me renderia à esbórnia consumista de retiros que me deixa no vermelho.
Comeria todos os dias em restaurantes ovolactovegetarianos.
Conheceria todos os botecos da Vila Madá, Pinheiros e Vila Mariana antes que fechem.
Veria todas as peças e filmes, compraria todos os livros, teria um MP3, câmera digital, um celular bandeiroso.
Compraria e aprenderia a andar numa vespa a prova de retardado sem marcha.
Aprenderia a costurar, cozinhar, cantar e modelar em material maleável.
Viraria arte terapeuta, ensinaria TV comunitária no Heliópolis.
Faria terapia transpessoal, corporal, somaterapia, regressão...
Mochilaria pela Espanha, Itália, França e Leste Europeu.
Teria dois filhos nas escolas mais alternativas e caras dessa cidade.
Me tornaria arte educadora e ensinaria no colégio municipal que está implantando o projeto de pedagogia libertária escola da ponte.
Teria um closet de bolsas, sapatos Selo e Thádiva, roupas Elvira Matilde, Castilho e Brazoo.
Me oficializaria como o baluarte da resistência alternativa hippie retardatária entre meus amigos.
Publicaria meus livros, poesias e histórias em quadrinhos.

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