segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Surto poético nostálgico

Ainda sonho com o dia
em que correrá novamente
para os meus braços
De encontro ao saudoso
e sempre bem vindo abraço
à gratidão de ter trazido à tona
o que tenho de mais generoso,
paciente, cuidadoso e carinhoso
Como se o tempo não tivesse passado
como e o destino, a energia ou sabe-se lá o que
não tivessem nos afastado
como se longe realmente
fosse um lugar que não existisse.

Francine Machado

Foi com moda de viola...

...que ela se sentiu tão presente, meditativa, contemplativa, encantada, tocada, sensível, prestes a chorar de alegria, como se aquele som fosse capaz de trazer à tona o que tem de melhor nela mesma, como se vivenciasse a comunhão com o divino da qual o mestre Osho tanto fala, como se tornasse a vida uma celebração também conforme ele recomenda, tudo ao mesmo tempo aqui e agora, no meio da praça de eventos do Sesc Vila Mariana. Por essas e outras, não exagera quando acredita e afirma "só a cultura salva"!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Marco de estrada

Nem muito alto, nem muito largo,
Nem imperador, nem Rei
Você é só um marco de estrada,
Que se ergue junto à rodovia.

As pessoas passam
Você indica a direção
e impede que elas se percam.
Você informa a distancia
que se precisa ainda percorrer.
Sua tarefa não é pequena
e toda gente lembrará de você
Ho Chi Min

Minha Oração de Ano Novo

Desejo que cada um dos que amo...

... não tenha juízo e se tiver, não use;

... ande mais descanço;

... lembre-se que quem não arrisca não petisca;

... procure ajuda caso a dor seja maior do que o suportável;

... procure dar na medida em que quer receber;

... abrace mais árvores;

... faça um "test drive" do "ócio criativo da meditação" nem que seja pra achar que só poderá voltar a isso na aposentadoria;

... proteja sua energia de quem vibra numa frequência mais baixa;

... descubra que atividade física é uma catarse imperdível a ponto de você se divertir perdendo caloria;

... ensaie uma peça, pinte um quadro, tente tocar um instrumento ou dançar como se ninguém estivesse vendo;

... que não perca uma oportunidade de rir com amigos e familiares ou consolá-los;

... que ame como se nunca tivesse sido magoado;

... que role no chão e volte à infância com as crianças da sua vida;

... que solte a coleira do cachorro no parque;

... que pise em folhas secas no outono, mergulhe no verão, encontre um solzinho no inverno e cheire as flores na primavera;

... que deite na grama e caminhe na praia;

... que dê um basta à opressão, seja familiar ou corporativa;

... que torne significativa a sua existência;

... que faça um mochilão pelo Nordeste ou Europa;

... que tenha as férias significativas de um retiro, vivência entre os índios, peregrinação em Santiago de Compostela ou na Índia;

... que tornemos significativa essa nossa passagem para que a vidinha seja menos ordinária.

QUE ASSIM SEJA

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Vegetariano que se preze...

...não toma nem Yakult, que é para não matar os lactobacilos vivos!

Imersão budista em pleno feriado Cristão

Ela fez a lição de casa três anos após ter começado a freqüentar centro budista, provavelmente por admiração de uma das poucas jornalistas de sucesso não estrela Soninha. No espiritismo kardecista se sentia bem, mas na religião do Buda parecia que “voltava para uma casa nova inacreditavelmente familiar”.

Depois de dúzias de recomendações, viu Kundum e Sete Anos no Tibet. Chorou a cântaros, é a história do Dalai Lama, que já leu, releu... Mas com ator dando vida à coisa toda, era completamente diferente. Se perguntava o que era ficção e o que era realidade. Do segundo filme anotou vários ensinamentos que falavam ao coração...
Se perguntou quase a noite inteira o que foi feito daquele comunismo idealizado, romantizado e sonhado, que seu pai deve ter passado feito conto de fadas devido ao passado sindicalista, que na prática passava feito uma locomotiva impiedosa no solo sagrado do Tibet...

Um milhão de tibetanos mortos! Seis mil mosteiros destruídos! Como é que a Onu não faz nada? Como a mídia não cobre um massacre tão antigo e insistente? Como só fica sabendo que tem monge cortando os pulsos e criança migrando do Tibet para os países vizinhos e chegando sem dedo por conta do frio que corta a alma em palestra budista? Quanto tempo todos farão de conta que nada acontece para terem o rentativo cliente chinês? Tem vergonha da própria profissão e revolta com a sensação de que não pode ajudar do outro lado do mundo, uma simples assessora de comunicação...

Está com medo do quanto vai chorar com O Pequeno Buda, que a aguarda em cima do velho videocassete, que esse filme não saiu em DVD ainda, ao menos é o que o especialista em cinema da locadora de filme lado B garantiu...

Quando vê um homem...

...careca, fazendo barba, usando terno e gravata, bancando as saídas iniciais para conquistar a aspirante a namorada, conduzindo seja lá em que dança em pares for, acha que ser mulher é tudo maravilhoso!

A teoria dela diz que se menstruar for complicado, já é possível suspender com tratamento, se ter filho for muito aterrizante, pode-se adotar ou tapear com gato e cachorro. Que a pior coisa de ser mulher é a depilação na virilha, mas isso Deus não nos deu, foi criação feminina mesmo...

Desejo mais engraçado para o Natal e fim de Ano...

...que ela ouviu em todos seus trinta aninhos muito bem vividos, obrigada, foi:
- Que seu cabelo continue dessa cor!
Precisa avisar a cabelereira, que por acaso a atende em casa mesmo, no andar de cima...

Os vegans que me desculpem...

...mas não acredito em vida além do laticínio! Corto a carne vermelha, o frango entupido de hormônio e até o peixe sagrado de cada dia, mas como sobreviver sem manteiga e queijo, que sou como mineiro:
- Gosta de hômi?
- Gosto...
- E de queijo?
- VIXI!

A vizinha dos sonhos

Nunca esqueço daquela conto do Rubem Fonseca (ou Rubem Alves? Isso que dá passar dos 30 e cortar o santo remédio para memória do peixe...), em que sonhava com um mundo em que, quando o vizinho viesse reclamar do barulho da festa, o anfitrião o convidasse a entrar e celebrar a vida com eles, beber vinho...
Outro dia ouvi o vizinho tocando violão e cantando, pensei, a gente sempre releva os elogios, só põe as reclamações para fora... Quer saber? Toquei a campainha. Ele veio abrir sem graça, com receio de que tivesse acordado alguém, já que era sábado cedo. Mas pedi na maior boa vontade:
- Continue tocando! Está tão gostoso!
Por essas e outras, tenho sempre recebido o rótulo de louca. Como dizia minha avó “somos loucos mansos”. Não oferecemos perigo...

O jornalismo está morto – ou pelo menos moribundo!

Bem que o José Simão, colunista impagável da Folha, decreta: o JN devia mudar o nome para BO, só tem notícia deprê! Nunca paro atrás de TV ou entre uma troca e outra de banheiro de cachorro, quero dizer, de atenção aos jornais impressos que abastecem a lavanderia lá de casa.
Há poucos dias li um “textículo” no jornal Destak ou Metro, que os dados nos faróis me confundem, como se não bastasse uma jovem ser “esquecida” numa cela masculina em que vários presos a violentaram, a juíza “esqueceu” de notificar que sua transferência era urgente! É de embrulhar o estômago!
Dias depois, esperando para fazer exame num desses laboratórios com sede em tudo que é bairro de Sampa, estranhei a Ana Maria Brega chorando em seu programa matutino. Não dava para saber do que se tratava, que a legenda só acompanhou o jornal anterior, transmitido via TelePrompter de estúdio, previsível pacas.
Aguardo pois as funcionárias prestativas me atualizaram rapidamente: a foto do menino que provocava soluços na apresentadora era de um “aborrescente” de 15 ou 16 anos, suspeito de ter furtado uma moto em Bauru, que saiu andando detido de casa e chegou morto ao Hospital. Agora os policiais vêem Tropa de Elite e acham que é para passar que nem trator em cima de todos que despertarem sua fúria? Não por acaso, minha prima historiadora alerta que o longa é fascista. Só não perdi a fome pois desconfio que o jejum para colher o sangue tenha ultrapassado a quantidade de horas recomendadas.
Dias depois passeando com o meu cachorro quase gato [voltemos a esse palpitante assunto depois], tive que parar dois policiais, que brincavam se por ser jornalista não estava com gravador ligado, para saber o que a corporação dizia daquela barbaridade, parodiando os poéticos gaúchos. Pode não parecer, mas adoro ouvir o outro lado. Disseram que meia dúzia suja os 120 mil de toda a corporação, que não serão mais PM, que a imprensa só fala do que fazem de pior e não dá as boas notícias. Sempre lembro do Ricardo Kotscho, ex assessor do Lula, que lamentava pois hoje em dia quando se propõe uma pauta, não fazem quando outros veículos não falam dela e antigamente se levava uma matéria adiante quando não havia outro impresso ou eletrônico tratando daquilo. Resultado: a cobertura é repetitiva, pasteurizada. Quem provou cientificamente que os leitores, ouvintes, internautas e telespectadores só se interessam pelas desgraças? É um medo de fugir ao óbvio. Minha amiga da yoga tem razão, o jornalismo morreu. Rezemos uma missa de sétimo dia para encomendar esse defunto, que já está cheirando mal...

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Sentimento do Mundo

Tenho apenas duas mãos
E o sentimento do mundo,
Mas estou cheio de escravos,
Minhas lembranças escorrem
E o corpo transige
Na confluência do amor.
Quando me levantar, o céu
Estará morto e saqueado,
Eu mesmo estarei morto,
Morto meu desejo, morto
O pântano sem acordes.
Os camaradas não disseram
que havia uma guerra
e era necessário
trazer fogo e alimento.
Sinto-me disperso,
Anterior a fronteiras,
Humildemente vos peço
Que me perdoeis.
Quando os corpos passarem,
Eu ficarei sozinho
Desfiando a recordação
Do sineiro, da viúva e do microscopista
Que habitavam a barraca
E não foram encontrados
Ao amanhecer
Esse amanhecer
Mais noite que noite

Drummond

Consolo na praia

Vamos, não chores
A infância está perdida
Mas a vida não se perdeu
O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.
Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis casa, navio, terra.
Mas tens um cão.
Algumas palavras duras
Em voz mansa, te golpearam.
Nunca, nunca cicatrizam.
Mas e o humour?
A injustiça não se resolve.
À sombra do mundo errado
Murmuraste um protesto tímido.
Mas virão outros.
Tudo somado, devias
Precipitar-te de vez_ nas águas.
Estás nu na areia, no vento...
Dorme, meu filho
Drummond

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Da ânsia latina ao chamado afro

Quando terminou o namoro há seis meses e entrou no surto “todos os cursos do mundo aqui e agora”, viveu sua fase mais latino-americana: voltou ao espanhol, dançou salsa e merengue no Sesc e descobriu o que há de patrimônio histórico e cultural nas principais religiões dos países vizinhos, estudando no Memorial da América Latina.

Agora que abriu espaço para o novo e está “aboxonada como aborrescente” pela segunda vez em dois meses, sente que segue o “chamado afro” que despertou ouvindo o grupo “meio macumba, meio reza de procissão” Comadre Florzinha, por indicação do primo e padrinho de profissão, anos atrás, numa viagem aos parentes do Paraná.

Tem procurado incansavelmente por aulas de capoeira angola, depois que um mestre de 77 anos a fez entender o que tinha encantando tanto na primeira prática desse esporte que não a deixou “quebrada” no dia seguinte: “é o tai chi chuan brasileiro, mais lento, focado no aprimoramento pessoal e auto-conhecimento, sem competição, cordões, exibicionismo, luta violenta, mais dançado, é a mãe da prática”...

No último fim de semana, seguiu o conselho da “mais nova velha amiga” do centro budista e fez a aula aberta de dança afro no Parque da Água Branca. Como era de se esperar, sentiu dificuldade com coordenação e ritmo, mas parecia que a música e o movimento “abriram o coração” de tal forma, que era como se o amor incondicional do qual sempre ouviu falar viesse à tona subitamente.

Uma vontade tão forte de chorar, um “choro bom”, uma forte percepção da ancestralidade, uma convicção de que apesar de não ter negros entre os parentes próximos, aquela boca “que ri e engole os brincos” e o cabelo enrolado denunciam “um pezinho na cozinha”. Veio uma sensação de que ia “baixar o santo”, uma semelhança com a capoeira angola na hora de formar e dançar no meio da roda, uma alegria tão inebriante que a fizeram acreditar ser aquele o melhor antidepressivo e ansiolítico natural de todos os tempos.

Quando se lembrou que não tinha terminado sua oração matinal interrompida por um bate-papo casual no metrô, vivenciou o a experiência descrita pelo polêmico mestre Osho, de que a oração tem que se bastar, ser um fim e não um meio, uma comunhão e não uma barganha com Deus, uma celebração e não uma prestação de contas com o Divino.

Para completar com chave-de-ouro a fase “mais afro descendente” de sua vida, foi “atropelada” por um “amigo colorido” que descara a diversidade étnica tipicamente “brazuca”: é “ítalo negão”, da melhor categoria possível. Gozado que ele mulato tem descendência da terra do Papa e ela branquinha quase européia brinca “que como Brasília veio do nada com o coisa nenhuma”.

Seu professor da formação de yoga tinha razão quando dizia que era a mais alternativa do curso e o ex chefe não exagerava quando a classificava de “maior símbolo do ecletismo cultural e religioso desse país”. Não por acaso, seu altar é o mais ecumênico que já viu: anjos, santos, Budas, estátuas meditando, Krishna, só faltam mesmo um orishá, fotos do Chico Xavier, Osho e Amma. Brinca que sempre reza para toda a Liga da Justiça a caminho do trabalho “quem estiver desocupado e puder atender, ótimo”...

Ficar em estado de graça...

...tem relação com a timidez, o ciúme e a vaidade que raramente ela sente e a invadiram de “sopetão” na última semana?

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Surpreendente pacote de massagem tântrica

Comprou sem querer querendo um pacote de massagem tântrica. Mas não fazia nem idéia do que encontraria pela frente. Quase levou um susto quando o terapeuta informou que por ser uma energia muito sutil, teria que fazer sem roupas. Mas encarou E nunca vibrou tanto na vida. Quando abriu os olhos ao término de uma hora de sonho e ele perguntou:
- Como você está?
- Casa comigo?

Responda para sua chefe...

...sua gastrite agradece!

Jura que se fosse empresário só contratava mulher com atestado de que tratava quimicamente a TPM.

Tem certeza de que a desgraça do mundo corporativo são as fodas mal dadas.

E a falta da FGTS foda garantida toda semana.

E também das fodas devezemquandárias.

E fica com dó de quem não quer rir à toa como ela nos últimos tempos...

Vexame no programa diurno geriátrico

Não tinha nem trinta, mas já havia entrado no clima dos colegas de hidroginástica: usava um macaquinho no lugar do maiô, tinha se acostumado ao excesso de maquiagem e cremes Avon dos companheiros de turma e às constantes reclamações do quanto a piscina era gélida, mesmo quando se sentia na "termas do Rio Quente".

Desencanou de se depilar, afinal não ia paquerar, mas abastecer o corpo com as bem vindas serotonina, endorfina e - quem sabe? - emagrecer um pouco.

Mas naquela tarde, quis se afogar na piscina do Sesc quando o avistou nadando. A paixão do fim da infância e começo da adolescência, o primeiro amor platônico. E ela com todos os pelos que a origem libanesa lhe dava direito. Achou que a amiga tem razão, Deus tem mesmo muito senso de humor negro...

Amor Benetton

É o ano mais inter racial da vida dela. Começou com um japa e terminou com um "negão descendente de italianos". Como diria o ex chefe, é o maior símbolo do sincretismo cultural e religioso desse País.

Já foi chamada de Ruivinha, Branquinha, mas Neguinha é a primeira vez! Ainda não sabe se o outro acredita no seu potencial ou tira sarro, mas gosta.

Se ainda dirigisse, grudaria o seguinte adesivo personalizado no carro: "campanha pró casais tipo propaganda da Benetton"...

Racista de meia tigela

Ele sempre fingiu que era, só para irritá-la.
Dizia o pior que conseguia, só para vê-la subir nas tamancas, rodar a baiana, disparar o palanque que tem na garganta.
Até que foi para Salvador.
Onde notoriamente há mais afro descendentes que brancos.
E voltou com um CD de capoeira.
Quando ela viu que ele colocava o "Paranauê Paraná" e sentava "para desgustar" como se fosse música clássica, entendeu:
- FDP! Só falava as tiradas preconceituosas para me irritar!

Quando fico muito feliz...

...não durmo. O problema é que como diz minha mãe, como criança, fico feliz com qualquer bobagem, sabe?

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Estado de graça

Durante a meditação em comemoração ao aniversário do Osho, me perguntei como consigo ficar longe daquela turma do bem. Não me abalou falar do fim de relacionamento mais nelsonrodrigueano de todos os tempos. Não consigo deixar de me encantar com nossa infinita capacidade de reapaixonar, pena que nem todos se abram para o novo. Meu amigo tem razão: amamos todos que passaram por nossas vidas, ainda que por pouco tempo, o que nos importa não é a quantidade, mas a qualidade. E do lado de cá, não tem princípio do prólogo do inicío do começo sem a intensidade típica de sagitariana. A colega do trabalho também acerta em cheio quando diz que não é que não deu certo, deu pelo período em que ficamos ao lado um do outro. Ou parafraseando Vinícius, que seja infinito enquanto dure. Já estava me achando super hiper mega bláster speed pois a primeira dor de amor durou 3 meses, enquanto a chefa jurava que ficaria muito mais tempo se estivesse no meu lugar, quando a parceira de meditação afirmou que não chora mais de um mês, mas deu um desconto pois era a primeira vez que não conseguia por em prática minha invejada objetividade masculina, perdia o sono, o senso, chorava a troco de banana. E por Deus, passou! Só ficou mesmo a saudade da filha de mentirinha. Como será que publico o que começou originalmente como carta e virou Fábula para crianças no meio de tristezas de gente grande, meu primeiro livro infantil? Fizemos uma aurasoma tão poderosa, senti tanta energia, que tive a cura momentânea do que o tantra alerta: "a mente mente"... Senti que posso, consigo, mereço e seguindo o conselho de um professor de teatro, pedi o sonho dourado... Lembrei de todos que provocaram ao mesmo tempo trouxeram tanto de bom e ruim ao mesmo tempo, mas fui grata, como recomenda a Seishonoiê, que não deve se escrever assim. Tive sem o menor traço de saudade ou amargura, o mesmo feeling do fim do ano passado, que não encontrarei mais tanta consideração e pau pra toda obra na ala masculina, mas afinal foi praticamente 1/3 da minha vida. Será que não? - pergunta a incorrigível otimista. Claro que não, as histórias são sempre diferentes, cada amor é único, mas desconfio que acabo de "reencontrar meu mais novo velho amigo" e os altos e baixos amorosos recentes ficaram tão distantes, foram tão relativizados... Quero mesmo que os ex sejam felizes. Como diria a professora de reiki, somos amiga dos nossos ex, eles é que não são nossos amigos...

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

O vício de sentir borboletas no estômago

Nem tudo são flores nem mesmo en su dia de cumpleaños! Minha room mate se ofendeu com meu jeito "meio trator" de fazer primeiro e avisar ou pedir depois, mas os irmãos de coração sempre se entendem no fim das contas e fizemos as pazes dois dias depois. Um alívio, pois apesar do jeito bagunceiro e espaçoso dela, por ser do bem, sempre faz falta! A outra chateação foi o duplo furo de um amigo que deixou suas intenções ligeiramente nebulosas de uns dias para cá... Mas o pior ainda estava por vir! Acho que todo meu inferno astral só acabou mesmo no dia seguinte, quando fiquei sem carona para a balada do segundo dia de comemorações da minha fase balzaquiana, que acontecia fora do horário de funcionamento do transporte público. Antes disso cheguei pra lá dos 45 minutos do segundo tempo da aula de yoga que queria repor com minha amiga, que me permitiu curtir o finzinho de uma interessantíssima prática em formato de mandala. E como rendeu esse fim de aula! Quatro horas de papo depois quase perdi o último metrô, por uma boa causa. Comprovando minha dificuldade de "aterrar", caí e ralei a mão, o joelho e o quadril como na pré infância. Tinha esquecido como dói! Só fui de táxi para a tal balada pela amiga da época em que ainda chupava dedo e ligava pedindo socorro, pois um mala desses que só se encontra de madruga estava no pé dela na casa noturna. O taxista tentou me convencer a ir com ele para um hotel. Nada contra tiozinhos Sukita, que já me engracei com alguns que "enganavam bem", mas não estava com roupa de "quenga" e me encostei na porta para me jogar carro afora caso ele insistisse, na convicção "antes ralada que violada, balada à lá independence day nunca mais". Como se não bastasse a falta de senso de noção desse motorista, fui deixada na rua errada, numa altura em que tive que andar até chegar cansada na balada - até aí tudo bem, sempre ando com sapato confortável, mas quem atravessa a Nove de Julho com aqueles canteiros de metal alto "anti pedestre"? Tomei um energético, resgatei minha amiga da "conversa para boi dormir" do tal "economista da Hershey´s", sem direito a chocolate para degustação, adorei a música anos 80, mas como tenho pavor de caixas claustrofóbicas pulsantes, vazei uma hora depois. A comemoração final no dia seguinte foi beeeem família, muito mais parente que amigo se empilhando um no colo do outro no meu apertamento próximo à civilização. No último dia desse longo fim de semana, me senti mais em casa que nunca no centro budista em que o lama gaúcho confirma o que já desconfiava: "não se pode levar a vida muito a sério". Matei a vontade de vinho depois da abstinência pré exame de sangue e endoscopia bem na semana do meu aniversário. Confirmei que sou uma fresca enrustida ao perder a vontade de ir à Índia vendo Viagem à Darjeeling. Vi que meu amigo tem razão: o músculo tem memória - meses longe da massagem e fiz meu colega dormir mesmo assim, que a vida é surpreendentemente divertida e que a nossa capacidade de fazer revoar as borboletas eternamente pousadas no estômago é infinita.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Everyday should be birthday...

...diálogos impensáveis fora de uma mesa com o nível alcóolico dos presentes ligeiramente alterado:
- Não é linda minha sobrinha? - e diante da postura digna de uma japonesa impenetrável de sua interlocutora: Você não gosta de criança?
- Não, sou abstêmia!

Começou antes o mimo de entrada na ala das balzaquianas. Minha room mate deixou flores e um cartão fofo na véspera. Já me aborreci no grande dia por achar que ganhar flores era regra na empresa e ter ido "bebemorar" no boteco "sem flores nas mãos"... Ok, alguém tem que pensar nessa empresa: a responsável pelo RH, administrativo e financeiro justificou que para que mantivesse minha tradição de comemorar três dias seguidos e a convicção de andar a pé, só conseguiria carregar minha plantinha no começo da próxima semana...

Seguindo os conselhos da minha marida, que me considera wicca por me sentir mal em missa e bem em igreja vazia, abracei a árvore do escritório novo, mesmo com a chefa bancando a mãezona e alertando que ficaria suja. Concordo com a propaganda do Omo: se sujar faz bem! O dono tirou foto e reafirmei a fama de louca aqui dentro.

Das cinco amigonas, duas ligaram. Uma delas ameaça cortar relações devido à minha incompetência de vivenciar que realmente, o mundo não é desencanado, despojado e desapegado como eu. Ou realmente emprestar um casaco caro sem pedir é motivo suficiente para cortar relações? Depois reclamaram do meu favorecimento à ala masculina: claro, eles são incapazes de por uma amizade a perder por conta de um pedaço de pano, que se lava, se compra outro, se encontra um melhor e mais bonito! Ah, esse meu problema de aceitação da realidade e mania de projetar minhas atitudes, pensamentos e palavras no outro... Matéria prima para terapia na semana que vem!

Mantendo a mania de registrar todos que lembram a data em que completo três décadas: valeu Gabi Goes, Camila Davico, Ariane, seu Jonas, Gustavo, Iarita, Dani Nogueira, Mô, Bruno, Catinha, tia Fátima, tia Salete, Edna, Karla, Chefa, Luiza, Rafael, Lu Pombal, tia Rê, Mamis e Papis - não, não é a obrigação deles, já vi marmanjo implorando por parabéns no dia de seu nascimento, Gê, Laura e mesmo retardatariamente tia Rac, Fê Fávaro... Fora os amigos internacionais: Ju Blok, Lu do Paraná para o mundo... Enfim, não caberia todos mesmo. Mas fiquei muito feliz pelo primeiro aniversário em boteco com quórum dos últimos dois anos! Não, não adianta tentar reunir amigos e familiares às terças e quartas! Pela presença obrigada: Helena, Lucia, Camis, Rosa e Valter, é a primeira vez que não pago mico com uns poucos gatos pingados numa mesona sobrando espaço e cadeiras...

E hoje a brincadeira continua a lá anos 80 e a festança só termina amanhã domesticamente com a família empilhada um no colo do outro no apertamento. Uma amiga me classificou como a sobrinha dela, que se cantarmos parabéns o ano todo, ela aceita sempre feliz aniversário. O que tenho de mais marcante e provavelmente de mais valioso é minha criança. Ou não é motivo suficiente para se comemorar o amigo colorido; o novo apê perto da civilização; o desapego do carro; a paixão bandida pela massagem e teatro; o terapeuta que me "aterra" sempre que viajo muito; a eterna busca pela melhora pessoal, auto conhecimento e aprimoramento profissional; a volta à natação, às caminhadas, à capoeira e à dança; a conclusão dos cursos de ioga e religiões da América Latina; o adiantado da hora no espanhol; o encantamento com as vivências energéticas; o interesse em permutas para estudar constelações familiares, renascimento e terapia corporal holística; ser considerada a mais alternativa da última formação e a maior prova do ecletismo cultural e religioso desse País? Sim mãe eu pareço uma tolinha de 6 anos, me alegro com qualquer bobagem, grazie a Dio! Como diria um amigo: feliz ano novo, o seu!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Um cafofo cênico

Minha room mate recomendou que não deixasse meus amigos aspirantes a cineastas filmarem o curta metragem deles lá em casa. Que donos de casas usadas como cenografia nunca mais querem recebê-los novamente. Fala do alto de sua experiencia com Barreto, Diler, Conspiração e aulas na Estácio de Sá. Não sei onde enfiarão os equipamentos, pois mudei do latifúndio urbano de 60 e poucos m2 para o apertamento de 30 e poucos. Mas devo confessar que fiquei felizinha de vê-los cogitar usar minha mesa cheia de fotos, gostarem do lustre japa com tsurus nipônicos e gastarem um bom tempo avaliando e provavelmente curtindo meu quarto - quando achamos feio já descartamos rápido. Prova do que já desconfiava: tenho bom gosto no meu ímpeto alternativo. Posso até fazer figuração não nesse, no próximo final de semana! Meu pai também - garoto enxaqueca Joselito não sabe brincar - não gostou da idéia, queria me fazer desistir. Mas se eu que acredito que só a cultura salva não apoiar as iniciativas cinéfilas, quem vai? Já é uma pedreira finalizar projetos cult de qualquer gênero com o apoio dos amigos, imagine sem! Mundinho das telonas, lá vou eu!!

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Humor negro de Deus, cagaço masculino e carência feminina

Para ela Deus tem um senso de humor negro. A maioria julga, se horroriza, condena essa percepção, mas para ela, nada mais natural que ser tragicômica como Ele e desenvolver uma incrível capacidade de rir da sua própria desgraça.
Também assina embaixo quando o amigo jornalista diz que “homem bundão é pleonasmo”, fazer o quê, a essência deles é essa aí, aceite ou não e se não pegou gosto pelas tendência pós moderna homo e metrosexual, agora não pega mais.
Ela também tem suas teoria sobre a alma feminina: carente por natureza. Nada irreversível, mas sempre presente, à espreira, como o medão do homem e o humor divino de gosto discutível. Comédia da vida privada?

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Ressaca de ayhuasca existe?

Os trinta estão próximos. Tanto que não metem mais medo. Acha que as pessoas só "viram gente" nessa época. E que tudo que faz antes das 3 décadas: escolher profissão, ter filho, casar... Cedo demais, ainda nas fraldas. No último finde aos 29 encarou uma hard trip com a amigona. Viu todas as luzes, os amigos e parentes queridos, fez as pazes com os que tinha brigado, pediu o trabalho dos sonhos, o reencontro com a "filha de mentirinha", a estréia nos palcos em grande estilo, o livro que tem que escrever, a árvore que replantará, o amor meio bad boy - tomara que seja eterno enquanto dure, a renovação energética, sempre, o dançar a dois como sempre sonhou, os mochilões na Europa e no Nordeste, a ânsia poliglota, o gingado da capoeira... Frio, calor, choro, bocejos, leveza, vômitos, dor de barriga, falta de sono, felicidade incondicional, o mundo mais colorido que nunca, tudo em slow motion. Pára o mundo que eu quero descer! Muito mais punk rock batucada, como diria o saudoso ex cunhado. O primeiro dia do resto de nossas vidas. Adiós ansiedad: con la mierda e el vonmito... Cé finí!