terça-feira, 24 de junho de 2008

Faz de conta que não é da esquerda...

Teve que disfarçar que era a única a torcer pelo MST quando eles invadiram as outras unidades do Grupo que a prisão tranalhista atende, num dia em que sorria escondido atrás da tela do computador, mas conseguiu passar batido.
Levou ao curso de espanhol que faz à noite num teatro a música Justicia, Tierra y Libertad do Maná para ver que o professor aprova a seleção que fez para a interpretação final que encerra as aulas do semeste. El maestrino pediu um discurso mais panfletário e figurino à altura.
Descobriu que o namorado da prima mais engajada num raio de mil quilômetros tem camisetas para sua divertida apresentação. Brincou com os chefes menos xiitas que viria com a blusa do MST para conferir se dava justa causa. Um deles já avisou que é humor negro demais para esse escritório. Riu sozinha a tarde inteira, imaginando outro dia de fúria, como na manhã em que planejou comprar cigarros, não voltar mais e os amigos da equipe lembrarem que não fuma, mas nunca mais conseguirem contatá-la novamente...

Como as fotos do filme El Pasado...

Já grudei adesivos nas fotos do ex de tanto as amigas insistiam que não trocava as que estavam nos porta retratos de casa pq não esquecia ele e não pq não parava em casa e gostava da minha cara nas fotos... Já xinguei quando percebi que ele pedia as antigas fotos para rasgar, mas depois encontrei fotos de amigos e familares dele - que obviamente tomaram as dores do dito cujo na separação, devolvi as imagens pedindo desculpas e com algumas minhas para ele rasgar como prova de boa vontade, embora insistisse que se queimássemos tudo numa grande fogueira de caça às bruxas da memória a década juntos continuaria lá atrás.
Já desconsiderei as fotos do ex maníaco do ano passado num limbo perdido no buraco negro do meu computador pq não encontrei nele o cara que me fez apaixonar em nosso último encontro, prova de que Deus existe e tira mesmo com a mão quando pedimos desesperada e urgentemente.
Ainda carrego na agenda a foto do ex desse ano, que é melhor amigo do que namorado, pois me ajudou a socorrer uma amiga em comum num hospital e me fez dar graças a Deus da separação quando soube que voltou a tocar mas num grupo de pagode - já é "uó" ser a "mina da banda", mas um som desse não tem adicional de insalubridade nem atração ou coisa que o valha que compense...
E tem ex cuja foto nem lembro onde está de tanto que ficou nas memórias perdidas da "aborrescência".
Tenho amigas que se arrependeram de queimar fotos de ex, amigas que rasgaram fotos das ex do atual e não contaram com meu apoio quando contaram e amigas que não lembravam quem era o ex da tal foto encontrada em meio às outras imagens... E você? Como lida com as fotos de um passado distante, pero no mucho?

Estréia do Eternamente Cabaré

Sabe aqueles projetos pessoais que absolutamente nada contribui?
Há um ano comecei o Promon Cabaré, projeto de montagem inspirado no filme de Liza Minelli, às sextas à noite no Recriarte, perto da Livraria da Vila...
Uma troca de emprego pelo caminho me fez chegar metade do curso atrasadíssima, foi a turma "mais turista" que a escola já teve, tivemos colegas na equipe tiveram dificuldades de memorização e coordenação até a véspera, tentei dançar mas desisti depois de um semestre de sofrimento, quis cantar, mcas cabulei aula por uma amizade colorida que não passou da fase de experiência, a professora mandou eu e os demais desafinados dublarem mas depois preferiu que encenássemos de boca fechada, as luzes e a reforma do teatro ficaram prontos aos 45 do segundo tempo, o elenco não ensaiou com a presença de todos a não ser no dia da estréia e trouxe da 25 de Março sem querer uma peruca black power quando precisava de uma black chanel lisa...
E como o deus do teatro Dionísio realmente prova que o palco é a maior possibilidade de transcendência da obviedade e limitação da vida, nos tornamos milagrosamente um grupo sábado à noite e o 1o dia foi a glória, glória aleluia. Em tempo: encenaremos mais 3 sábados, 19h e 21h, Fradique Coutinho, 994, 1 kg de alimento.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Momento Sex and Teh City da semana...

A gente só é capaz de se mostrar muito interessante quando o fófis em questão não nos abala pq quando as borboletas voam no estômago perdemos o senso de noção, falta de experiência ou amor próprio? Só sei que quando tudo que quero no bofe é a amizade dele, fico mais atraente que nunca - seja pelo conteudo ou por todo o resto... Vai entender...

Para os que andam na contramão...

...pode ser perigoso sozinho,mas no grupo Mística e Revolução, que começou com o teólogo Leonardo Boff, ganhamos força. É como voltar para uma casa nova, mas inacreditavelmente familiar. A cara das amigas que "não se sentem desse mundo" e "não se prestam a nada que a sociedade espera delas". Eles acreditam que temos sim que acreditar na possível mudança no mundo, mas que a revolução pessoal também é necessária - daí a defesa da meditação, nem sempre praticada por todos os integrantes desse movimento. Parece meio retrô, romântico e idealista sonhar com o fim da exploração do homem pelo homem e a reforma agrária e não, não temos a mais vaga idéia de como transformar o sistema capitalista opressor, careta e explorador. Mas podemos começar nos relacionamentos que estão mais ao nosso alcance, não tratando como propriedade filhos, namorados, amigos - só aqui já se tem trabalho par auma vida inteira! Mas como diria a Soninha, nem por isso podemos deixar de tentar, só por ser difícil. É consolador aprender no curso de marxismo da Ação Educativa, que se o homem se auto constitui, também constituiu essa sociedade, pode constituir outra, onde desejar acumular capital não terá espaço, assim como entre os índios não se trabalha para ter várias ocas e barcos. Entre eles, o trabalho os realiza, não os mortifica. Aos que acreditam que não se pode mudar essa sociedade, "vamos falar de sapatinho" e passar pro próximo post. Mas para ainda escuta o lado Che que se recusa a entregar os pontos em cada um de nós, acessem: http://www.mirante.org.br/01

Me perdõem bichinhos

Depois de meses com um cansaço e falta de vontade de fazer qualquer coisa, a médica e nutricionista resolveram o mistério: nada de depressão, mas estou no prólogo do princípio do prefácio do início da anemia. E ouvi horas a gastro e a mãe judia sem ascendência semita insistirem para que volte ao menos temporariamente a comer carne. Gozado! Elas acham que sou xiita a ponto de continuar passando mal e deixar a saúde degringolar de vez. Claro que dá uma dozinha, minha prima tem razão, não é possível ter um cachorro em casa e gostar somente dele, pois os mamiferos têm o mesmo olharzinho adorável. Mas preciso dar cabo dessa falta de ânimo tão pouco usual em mim. Foi uma experiência e tanto tirar a proteína animal aos poucos. Meditadores, yogues e massoterapeutas têm razão: diminuímos a raiva, impulsividade, ódio. Lugar comum dizer que se sofrem para morrer, também teremos consequência ao comer. Clichê repetir todos os impactos ambientais e o quanto se desumaniza os trabalhadores de abatedouros tão bem documentados em A Carne É Fraca. Mas como brinquei com minha amiga do teatro: é tão pesado manter uma dieta natureba, sem agrotóxicos, carnes e afins, que deve sair mais em conta bancar o câncer em consequência disso daqui uns anos. É um xiste, não me apedrejem!

A dor que já não dói...

...no meu caso é sempre um engodo. Quando desconfio que aquela frustração, mal estar, inconformismo, amargura, nadar e morrer na praia, batalhar e empacar no mesmo ponto foram digeridos e ficaram bem resolvidos, o corte aparentemente cicatrizado ameaça abrir, tenho que fazer novo curativo, mas a dor é tanta que não faço idéia de por onde se começa a estancar a represa que se esvai. Como se livrar do tédio/ crise existenciais da desconfiança de tentar de novo, ouvir promessas vãs e se decepcionar novamente? Continuo muito mais "em casa" entre os pé rapados de redação. Eles não estão felizes com o que ganham, mas com o que fazem sim. Já nós do ladod e cá do balcão, não nos contentamos nem com um, nem com outro. Adoro as histórias de quem está no meio do povão, entre pautas imbecis e algumas que realmente prestam serviços! O mundinho corporativo dos pseudo executivos da comunicação me provoca asco. Estaria eu no rumo da segunda faculdade se tivesse conseguido me manter por anos nas matérias de rua como sonhei no prólogo do princípio do prefácio do início da carreira? À PQP os que acham que tentei pouco - meu limite era a assinatura da lei áurea mais de um século atrás, ou seja, nada de trabalhar somente por amor. Irônico pensar que foi por amor que não "paguei pra trabalhar" numa cidade do interior paulista. na qual quando se esticava a perna, caía no Mato Grosso. Deu certo sim, pelo tempo que tinha que dar, uma década e cé finí dois anos atrás. "Tenho apenas duas mãos e todo o sentimento do mundo", Drummond. Minha psico deve ter razão. Sou estupidamente sensível, não tenho a menor idéia de como lidar com isso, mas o melhor de mim está vindo à tona...

terça-feira, 3 de junho de 2008

Como você chama?

Que me perdõem os proprietários de certas alcunhas, mas são mesmo dignas de "bater na mãe" pq são perfeitas pra completar um nome de guerra, pegar uma bolsinha e começar a rodá-la em alguma esquina da Amaral Gurgel: Jaqueline, Valeska, Natasha, Sacha, Andressa, Michelly, Ludmila, Samara, Tássia, Valéria, enfim, não combinariam com Furacão, Arrasadora, Avassaladora, Pega pra Capar?
Usar o filho para homenagear avó, pai, tio também é uó do borogodó, faz os pobrezinhos terem nomes que há séculos já estavam mais que datados: Ariosto, Hermenegildo, Alzenira, Anivaldo, Sidronio, enfim, criança não é busto pra fazer homenagem.
Também não gostaria de ter um nome tão lugar comum que numa empresa grande encontrasse uma leva de outros tantos que obrigassem todas q ser chamadas pelo sobrenome feito oficina mecânica: Pereira, Menezes, como quando fiz colegial numa escola que nos divida por letras pelas salas...
E os super originais, negativamente criativos Isaqueline, Kerginaldo, Madeinusa, ...
Em compensação adoro os curtos e grossos: Nara, Nina, Luna, Davi, Ian, Igor, os indígenas Mayara, Iberê, Raíra, Inaiara, Moara, Nayara, Cauã, Luã os étnicos Luaê, os enigmáticos Manu, os hippies Lua, alguns orientais Mayumi, os italianos Pietro, Piera, Luca, Luigi, enfim, grazie a Dio amodoro meu nome. Há anos sou catequizada pela ladainha dos meus pais do quanto eles odeiam os seus, direto das antigas promessas de santo "pra vingar a criança"... Não parece, mas esse é um assunto mega sério: já imaginou querer sumir sempre que ouve a dúvida: qual seu nome?

domingo, 1 de junho de 2008

Recordações do travesseiro

Nunca apareceste em meus cursos, trabalhos, vivências, meditações ou retiros. Somente em sonho. E o desconhecimento de teu riso, tua face e teus carinhos torna o devaneio mais forte durante o dia. Aparecerá novamente? Em vigília? Significa que cruzará meu caminho ou nova possibilidade virá e foste apenas uma criação de fértil imaginação? Devo procurar o significado disso ou confiar no invisível?
Visita familiar com outro rosto e sexo. O afilhado virou afilhada e trouxe saudade. A aparência muda para acender um alerta vermelho do quão pouco nos dedicamos aos familiares e amigos? Pouco importam as aparências, o significativo é o conteúdo? Ironicamente são os rostos e toques que ficam, não o enredo do devaneio noturno.
Semana meio vidente: antigo amigo colorido volta à baila enquanto durmo, vamos parar num parque familiar, mas num bairro nunca antes visitado, dias depois ele me adiciona no MSN, após meses ou semanas sem contato. O estranhamento é lembrar, pois o comum é apagar essas "viagens ao inconsciente"... O que Jung diria disso? E o analista? O coração tem algum palpite?