sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Pequenos Milagres

Tem uma relação de amor e ódio com o divino, de questionar, brigar e depois fazer as pazes. Coisas que só Deus mesmo para entender e acolher.
Apesar de parafrasear Ivaldo Bertazzo em entrevista à Folha de S. Paulo e adaptar uma frase dele: "Deus não pode resolver meus problemas 'pequeno burgueses', por estar no Iraque em pedidos mais urgentes". Mesmo com seu irresistível humor negro, Ele fez caírem de pára quedas em sua vidinha - direto da Guerra? - um trabalho melhor e um homem que não "sabonetou". Ah tá, és onipresente e onisciente mesmo, desculpa aí...
No auge da primeira dor de amor, chorando há três meses atrás do computador, volante e prato de comida do restaurante, se rendendo a um mês e meio de fluoexitina por acordar e ter que ser "guinchada" da cama, pediu: "Pai tira com a mão, sozinha eu não dou conta". Ao reencontrar com o gatilho da primeira depressão da sua vida, miraculosamente não encontrou nele o homem que se apaixonou. O viu sem projeções. E não só visualmente estava diferente. Era outro mesmo, inapaixonável. Bem numa semana em que duvidou da existência Dele, de tanta revolta contra os policiais e políticos brasileiros e a aperente inércia Dele. A fé renasceu, novamente.
Na infância, quando almoçava e jantava omelete e o primo paixonite aguda, não fosse parente, seria o homem de sua vida teve um tipo de epilepsia, em que faltavam segundos de oxigênio no cérebro e ele tinha convulsões, fez o jejum que a família tanto praticava na Quaresma, do ovo que era aquele prato ao qual recorria sem pestanejar sempre. Ele não voltou a ter as crises. Ela sofreu no princípio, mas quando terminou não conseguiu mais comer ovo, a não ser bem disfarçado em bolo, e sua dieta foi forçosamente ampliada.
Após nascer chorou ininterruptamente durante quatro meses. De acordo com o pediatra, eram cólicas, fome e sabe-se lá o que mais. Numa tarde em que a mãe já havia tentado de tudo, cismou que tinha uma nata no olho da bebê e convocou o marido para irem ao oftamologista. O especiallista bateu o olho e decretou: "glaucoma congênito, tem que operar imediatamente". Na época só dois oculistas faziam a cirurgia e ele era um deles. Mas nata na pupila não é um sintoma dessa doença. Um anjo talvez, nublou a visão dela. Anos depois ainda espanta os profissionais da área, que não conhecem ninguém com esse problema enxergando tão bem...

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