segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Aprendizado e descoberta

Se surpreendia com a experimentação do quanto o coração funciona independente da razão. Tecnicamente não havia do que reclamar, recebia até mais do que esperava, a ponto de confirmar o que dizia Osho, o que se imagina é melhor do que quando acontece. Lembra-se sem graça de já ter sido arrebatada por uma mostra de fragilidade combinada a uma tentativa de autoritarismo, ainda que racionalmente abominasse os que reprimiam os libertários como ela. De repente entendia que todas as histórias intensas, mas fugazes independiam da vontade dos envolvidos para ir ou não adiante e mesmo assim era válido tentar, não havia má fé, ilusão ou perda de tempo. Ficava claro que quanto mais a ansiedade tenta se aproximar do estado arredio, mais o distanciamento se amplia, assim como o ciumento “põe lenha na fogueira” do companheiro sossegado e o ambicioso não se percebe descaradamente capaz de qualquer coisa para subir, porém os colegas de trabalho sentem...Compreendeu que em meio à incompreensão e questionamento, pode ser “atropelada” por novas possibilidades; que as novas oportunidades não surgem quando estamos prontos, mas quando tem que acontecer, a colega comprometida que ainda estava aberta às boas e inesperadas surpresas da vida e amigos coloridos nos quais não se encontrava um “senão”, mas que mesmo assim não despertavam a química que nos impulsiona adiante. Estranhou a assustadiça que vinha à tona, mesmo quando recebia exatamente o que declarava querer. E justo ela que facilmente sente o revoar das borboletas no estômago! Se sentia espantada e em novo aprendizado vivendo o oposto do que estava acostumada. Mas não testava suas capacidades cênicas, estava sinceramente abrindo disponibilidade para uma possível felicidade, pois aparentemente tudo colaborava, exceto sua chama interna, estranhamente impassível... Poderia o que sempre buscou ser menos vertiginoso do que idealizava? O que arde interiormente pode atracar num cais que não ferve?

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