quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Despedida de separada

Todas as que tomaram gosto pela aborrescência tardia pós separação deviam ter direito a uma despedida de separada. Para procurar os amigos coloridos que sabonetaram, irônica como advogado xingando o outro nas entrelinhas daquela linguagem rococó deles:
- Tem, mas acabou!
Esperar calma e pacientemente os que tucanaram em cima do muro e informar feito funcionária pública bicho preguiça:
- Passa mais tarde pq hoje só amanhã!
Levantar todas as baladas não conferidas com as amigas divertidas livres, leves e soltas e passar o que, uns 15 dias na esbórnia bem intencionada?
Tomar uma overdose familiar antes que os parentes que são como pum, cada um só aguenta os seus mesmo e curtir a parte boa dos programas com primos e tios antes que um deles dispare no fófis a síndrome run Forest, run!
Estudar e reler tudo que ainda não conseguiu por em dia. Ensaiar falando sozinha como quem acabou de ganhar alta no hospício Charcô. Malhar todos os extras que não deu tempo.
Todo mundo também deveria ter direito a umas feriazinhas entre uma compulsão de troca de trabalho e outra: mochilão na Europa, Nordeste ou nas cidades zen dos lesados: Trindade, Visconde de Mauá e São Tomé das Letras.
Todo mundo devia ter um feeling pro novo bofe não pegar a pretê em dia Bridget Jones: de calcinha quase vó, mata atlântica intocada e naqueles dias em que sua parte reprodutiva está, digamos assim, "de um clima comunista como o vermelho das Ferrari".
A vida não devia pegar a gente sempre de calças curtas.

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