terça-feira, 2 de dezembro de 2008

De como perder o preconceito com dança...

...confessa: já dormiu vendo amiga fazendo ballet. Na infância ou "aborrescência", não lembra bem. Começou a perder o ranço pesquisando esse estilo no You Tube, quem diria? Para a próxima apresentação. Por essas e outras, especialmente a pré-disposição de mandar os pré- conceitos às favas, topou ver a apresentação gratuita que a amiga chamou, no Teatro Sergio Cardoso, dia 25 de novembro. O nome tinha a ver com formigas. Vê, a ignorância coreográfica é tanta que nem memoriza o nome do que vê... Mas marcou a bailarina clássica confessando que sofria quando foi aprender dança popular, até perceber que não precisava tirar o clássico de dentro dela para enfiar o frevo, podia unir os dois, fazer diferente. Se emocionou por associar à própria vida: não precisava abortar o jornalismo pra absorver o teatro, os dois podiam se complementar, se ajudar, a fazer diferenciado, melhor do que com um conhecimento só. Mas voltando à noite em que quase chorou com a música ou a dança, ainda não sabe bem, os bailarinos - a clássica e o popular, de Recife, faziam uma espécie de "dança rasteira". Parecia leve, mas sabia que para soar assim visualmente, o "estrago físico" tinha que ser grande. No vídeo se identificou com a bailarina, não sabia que elas podiam ser "loucas do bem" como as atrizes e jornaloucas: "leio um livro sobre formigas, elas são impressionantes, fico assim querendo fazer uma revolução, não basta uma boa idéia na arte, é preciso muito mais". Amou o texto lido entre um número e outro, dizia tantas coisas entre elas "te vejo ou escrevo seu nome no céu da minha infância". Que pena, a memória sensitiva já está embotada! Seu "reino capenga da crise financeira ter comido a grana da venda do carro" por esse texto, tão tocante! No dia seguinte, a amiga de estudo sobre campo energético ensinou que na Índia a dança e o teatro são inseparáveis, o que ela só entendeu quando viu Kazuo Ono no palco. Ator ou bailarino, que importa? Que o governo estadual de Sampa dê mais apoio a respiros artísticos como esse, que dão sentido à vida.

Um comentário:

Unknown disse...

francine, que ótimo que o espetáculo te tocou e te fez pensar sobre vc mesma. as suas considerações são bem interessantes! vamos nós, adiante, sempre sempre, a fazer arte nessa vida calejada. bjo