sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

In Memorian

O internauta incorrigível. O tradutor que se encantava e se perdia em meio às palavras de outros países. O professor que se indignava com o mercantilismo do ensino superior. Que mexia com comércio exterior, mas não perdia o jeitinho brejeiro do interior. O bom gosto na decoração. O olhar humano para os índios. Que achava que eu era louca, pois dormia e batia o carro. Que tinha uma admiraçãozinha pelos atores, frustrados ou não. Impulsivo. Carente como todos nós. Que não sabia, mas precisava meditar, terapia, massagem, relaxar. Que podia ter nos deixado conhecê-lo e amá-lo um pouco mais. Que esticou a mão mas não foi visto. Que gritou à sua maneira, mas não foi ouvido. Que ouvia falar de mim, lembrava das minhas tiradas ou comentava minhas histórias e "ovulava". Quem ficou deprê agora fomos nós, fiapo de sol. Que encontre algum campo verde e florido, sem cigarros, solidão, incompreensão, frustração, frieza, papo down, baixa vibração, música brega que impregna o córtex cerebral, cultura de massa, ignorância. Tipo colo de mãe, como se voltasse para uma casa nova, inacreditavelmente familiar. Vai com Deus, Buda, Tara, Osho, Chico Xavier, Krishna, Iansã, Nossa Senhora, Santo Antônio, Nossa Senhora Aparecida, Santo Expedito, São Francisco de Assis e toda a liga da justiça Beto. Não é só você que está de luto, Alê. Que a boneca Marieta te liberte amanhã, entre as santas crianças, pq somos contadoras de histórias irreversíveis...

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